persistência: novos olhares para objetivos antigos

eu sei que cada um tem vivido a quarentena de um jeito. eu, inevitavelmente, tenho pensado bastante sobre minha rotina, meus hábitos e meus objetivos.

e eu me dei conta de como tirei um peso de mim quando entendi que meus objetivos poderiam mudar. sei que parece muito óbvio. mas, para mim, foi um processo muito difícil.

veja: eu sou muito transparente com relação ao que desejo. sou aquela pessoa que vai falar *estou decidida: vou fazer uma segunda graduação já a partir do ano que vem* e, na semana seguinte, diz: *vou fazer mestrado em belo horizonte ano que vem com certeza*.

e eu sou assim desde muito nova. eu tenho muitos sonhos e muita dificuldade de estabelecer rumos concretos. e eu sempre fui muito transparente sobre esses sonhos.

quando eu seguia uma nova direção – que fazia todo sentido para mim – alguém me perguntaria: mas ué, não era outra coisa que você queria?

essas pessoas não participaram de toda conversa que eu tive com todas as letícias que moram em mim para decidir sobre meus novos caminhos. por isso, talvez, as mudanças parecessem tão inusitadas.

ou, talvez, essas pessoas não acessavam que prioridades mudam, objetivos mudam, rotinas mudam.

tenho percebido que minhas ambições são mais abstratas. com relação ao trabalho, por exemplo: desejo trabalhar com algo que me permita fazer home office, trabalhar com horas flexíveis, trabalhar com pesquisa e educação. percebe como cabem várias coisas aí dentro?

neste sentido, então, soaria estranho para alguém que não me conhece entender que a carreira acadêmica e a produção de materiais didáticos não são caminhos tão diferentes assim – pois ambos me aproximam da minha realização profissional nos termos que defini anteriormente.

e isso ninguém vê. e não é sua tarefa, assim como não é a minha, penso eu, ficar explicando. o que soa, portanto, como falta de persistência pode ser um combo de agilidade e coragem: se você percebeu um novo caminho melhor, por que persistir em um antigo que não faz mais sentido?

é um processo difícil acessar seus objetivos abstratos e conseguir traduzi-los para caminhos concretos. te convido apenas a pensar sobre isso – talvez seja o seu caso.

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